Música Como Relacionamento Marca - Cliente
Aqui no Bananas Music acreditamos que estratégias de music branding vão muito além da música ambiente para o ponto de venda. As playlists para loja são só o início de um longo envolvimento que as marcas podem ter com a música.
Se você quer conhecer um pouco mais sobre os níveis de envolvimento de uma marca com a música, falamos mais aqui nesse ebook gratuito.
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O fato é que muitas marcas têm usado o Spotify – e outras plataformas de streaming – não apenas como canais de relacionamento com os clientes, mas também como uma plataforma para posicionar e apresentar produtos, traduzir conceitos e reforçar a lembrança da marca através da música, uma forma de estar presente no dia a dia – e na mente – dos consumidores mesmo quando eles estão fora do PDV.
Esse é o caso da Ford Brasil que, através da nossa curadoria musical, criou playlists e ações nas redes sociais da marca para apresentar a história do Mustang, aproveitando a data do Dia Mundial do Rock para celebrar a marca
Para esse projeto, criamos playlists bem conceituais para captar a emoção de fãs do clássico automotivo que já percorre várias gerações. O sucesso foi tanto que as playlists ganharam milhares de seguidores no canal da Ford Brasil no Spotify que, com certeza, ajudam a reforçar o imaginário dos fãs do Mustang. Através das redes sociais, em uma série de conteúdos produzidos pela agência da marca, os consumidores puderam responder às ações e estreitar o relacionamento com a marca.
Vamos explorar melhor como nasceram essas playlists e as ideias por trás de cada uma. Para acompanhar o texto, já pode dar o play nessa primeira play e entrar no clima.
O briefing do time de marketing da Ford era claro e objetivo: criar playlists de rock para cada geração de Mustang, desde 1964 até 2019, ano da campanha, em comemoração ao dia do rock.
“O Mustang tem seis gerações e, como o rock, ele busca inspiração em sucessos do passado.” Equipe de Marketing da Ford.
Por isso, a ideia foi criar uma playlist com dois tipos de música: clássicos do Rock de cada período de referência e as músicas que serviram como inspiração para cada geração.
É possível que o rock tenha muitos subgêneros dentro de uma mesma década, sendo eles geralmente uma reação oposta à anterior ou uma progressão/construção. Por isso, foi preciso fazer um recorte de cada geração, para ser possível sintetizar as playlists em cima de 3 pilares básicos:
Período musical vigente: características musicais proeminentes na época, estéticas sonoras, atmosferas musicais, etc;
Influências anteriores: que características anteriores acabaram influenciando no período vigente em questão;
E o mais importante:
Características da geração Mustang em questão: semiótica do desenho do carro e da cultura que cercou esse carro.
Tendo esses 3 pontos como norteadores do projeto, para um artista entrar na playlist de determinada geração de Mustang é preciso que:
1) ou ele tenha sido um reflexo e/ou expoente dessa geração
2) ou que faça um resgate/construção da geração anterior
3) ou tenha servido de inspiração para aquela geração, mas sempre tendo a atmosfera sonora que combine com o Mustang da geração.
Para auxiliar na visualização desses conceitos, estudamos dezenas de modelos de Mustang de cada época e criamos capas das playlists baseadas nessa pesquisa.
“Para eu conseguir captar direitinho a atmosfera de cada geração, ilustrei a capinha com o modelo Mustang mais de acordo com a sonoridade pensada para época. Fiz isso para quebrar a infinidade de músicas e carros de cada período em grupos menores.” Emely Jensen, head de curadoria do Bananas Music e responsável pelo projeto.
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Dito isso, temos um framework de construção da identidade musical de Mustang, onde cada playlist precisa obrigatoriamente:
refletir sua época musical e cultural;
refletir o Mustang da geração, estética e culturalmente falando;
se diferenciar de todas as outras;
fazer referência a alguma outra playlist.
Para quem escuta, a sensação é de estar ouvindo – e imaginando – um soundtrack de filme da geração 🙂
(O que é ainda mais legal por causa dos posters-capinhas).
Como algumas gerações duraram muito tempo (por exemplo, 1979-1993), pegando 3 décadas diferentes, para as playlists se diferenciarem suficientemente uma das outras, categorizamos primeiramente dessa maneira geral:
1º gen – 60’s
2º gen – 70’s
3º gen – 80’s
4º gen – 90’s
5º gen – 00’s
6º gen – 10’s
Isso não quer dizer que na 3º geração (80´s) não tenha músicas dos 70´s ou 90´s, etc. Pensamos isso mais para a construção de uma linha geral de sensação subjetiva, de buscando criar uma experiência sensorial e imagética mais forte.
A primeira geração tem uma música de 76 e todas as outras lançadas entre 64-73. Muitas músicas dessa playlist fazem referência a dirigir e a estrada.
“Nem foi intencional buscar isso, mas na época o rock falava muito de carros (o que hoje em dia acabou se tornando uma característica do Hip Hop)”, comenta Eme.
A segunda foi a geração mais curta dos Mustangs. Tem músicas de 79 e 80 também, mas com sonoridade inspirada nas demais.
“Os 70´s são punk, são hard, são rápidos, é um soco na cara, é o nascimento do metal. Essa playlist referencia muito o passado. Na verdade, eram os artistas que estavam à frente do seu tempo na época.” Eme Jensen
Se as duas playlists anteriores fazem lembrar Quentin Tarantino, essa é a play John Carpenter feat. John Hughes. Nesse período entre 79-93 teve hard rock, heavy metal, glam metal, punk, post punk, grunge…
Para conseguirmos distinguir essa das outras playlists, focamos muito nas linhas do carro, que eram bem diferentes das gerações anteriores. Houve uma ruptura com a forma coupe e o Mustang passou a adotar o shape fox.
As linhas arredondadas do carro romperam drasticamente com o visual fox da geração anterior, porém o modelo fastback coupe é um resgate do passado lá dos 60/70s, e a sonoridade alternativa dos 90´s foi uma forte inspiração dessa época também.
Considerando o estilo mais “agressivo” nas formas do Mustang dessa geração, decidimos ir por um caminho mais heavy, mais nu-metal, etc. Inclusive, esse modelo lembra muito o filme “Velozes e Furiosos”, cuja sequência começou no início dos anos 2000.
“Essa play é perfeita pra jogar Need For Speed. Ela foca mais nos anos de 2004-2010, com influência direta do nu-metal do início dos 00´s.”, comenta Eme.
O rock atual tem uma influência bem grande do blues e também da fusão com eletrônico e “rock de arena” da geração anterior. A sonoridade do rock atual é “bold”, grandiosa e tem uma atmosfera futurista e retrô ao mesmo tempo. Mesma vibe do carro 🙂
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A criação de playlists para marcas no Spotify e em outras plataformas de streaming é uma das maneiras de iniciar ou mesmo estreitar vínculos emocionais com os consumidores de uma forma inusitada
Para ter sucesso nessa estratégia, é importantíssimo entender a identidade sonora da sua marca e os hábitos de consumo de música dos seus clientes. É neste momento que a curadoria musical especializada multiplica as chances das suas playlists conquistarem os corações – e os ouvidos – de quem já é fã dos seus produtos.
Vamos juntos criar um projeto de Music Branding para o seu negócio? Chama a gente aqui !
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