Efeito Super Bowl: Como o Halftime Show impulsiona artistas e marcas

Veja como o Halftime Show do Super Bowl transforma artistas em fenômenos e faz das marcas protagonistas do maior palco da música e do mercado.

Efeito Super Bowl: Como o Halftime Show impulsiona artistas e marcas

O Halftime Show do Super Bowl deixou de ser apenas uma pausa no jogo para se tornar um dos maiores eventos da música mundial. Mais do que uma vitrine para performances memoráveis, o palco do intervalo da NFL (National Football League) se consolidou como um impulsionador de relevância para artistas, gerando aumentos expressivos em audiências e consumo digital. 

O impacto se intensificou nos últimos anos com a curadoria da Roc Nation, empresa do rapper, compositor e empreendedor Jay-Z (Shawn Carter), que redefiniu o processo de seleção dos headliners e a conexão cultural do evento.

Em 2025, Kendrick Lamar foi a grande atração do Apple Music Super Bowl LIX Halftime Show, reforçando o espaço do hip-hop e consolidando um padrão que vem transformando a dinâmica da performance ano após ano. Os números mostram o peso do evento e como a presença no Super Bowl continua sendo uma ferramenta estratégica para os artistas.

Exploramos a seguir um pouco mais sobre esse impacto. Confira!

O papel da Roc Nation na evolução do Super Bowl Halftime Show

Em 2019, a NFL estabeleceu uma parceria com a Roc Nation para reformular a gestão do Halftime Show, buscando maior alinhamento entre o evento e a cultura musical contemporânea

Antes dessa colaboração, o processo de escolha dos artistas era fragmentado, com a liga frequentemente negociando simultaneamente com vários nomes e, por vezes, resultando em combinações pouco coesas ou escolhas que não refletiam tendências musicais em alta.

Comissário da NFL Roger Goodell e Jay-Z no anúncio da parceria da NFL na Roc Nation em 2019 |  Foto: Kevin Mazur/ Getty Images via Huffpost
Jay-Z e o comissário da NFL Roger Goodell no anúncio da parceria da liga com a Roc Nation em 2019 | Foto: Kevin Mazur/ Getty Images via Huffpost

Jay-Z, à frente da Roc Nation, enxergou a necessidade de uma curadoria mais estratégica, que não apenas garantisse grandes nomes no palco, mas também criasse performances com narrativas culturais fortes e que dialogassem melhor com o público global

Esse novo direcionamento transformou o Halftime Show em um espetáculo mais representativo, relevante e com mais impacto na indústria musical. Desde então, houve melhorias significativas.

Jay-Z-2024-super-bowl-billboard-Foto: Steph Chambers/Getty Images via Billboard
Foto: Steph Chambers/Getty Images via Billboard

Principais mudanças trazidas pela Roc Nation na curadoria do evento 

Seleção de artistas mais estratégica

Antes, a NFL negociava com vários artistas ao mesmo tempo e, quando um recusava, buscava outra opção rapidamente. Agora, a abordagem é mais estruturada, escolhendo um artista de cada vez, garantindo um planejamento mais alinhado ao impacto desejado.

Shows temáticos e mais representativos

Os line-ups passaram a refletir melhor a diversidade cultural e musical. Em 2020, Shakira e Jennifer Lopez destacaram a cultura latina com performances que refletiram suas influências musicais e atraíram uma audiência de mais de 103 milhões de espectadores.

Em 2022, Dr. Dre, Snoop Dogg, Eminem, Mary J. Blige, Kendrick Lamar e 50 Cent protagonizaram um show histórico celebrando o hip-hop de Los Angeles. Além disso, a inclusão dos ídolos da cultura, destacou essa como uma das edições mais marcantes da história do evento, por trazer um line-up exclusivamente voltado ao rap e R&B, algo inédito no Super Bowl.

Pepsi Super Bowl LVI Halftime Show --Bananas Music
Anúncio do Pepsi Super Bowl LVI Halftime Show | Divulgação

Maior relevância e engajamento do público

Com uma curadoria cada vez mais conectada às tendências e ao que movimenta a cultura pop, a audiência do Super Bowl continua crescendo. O Halftime Show de 2025, com Kendrick Lamar, registrou 133,5 milhões de espectadores, um aumento de 3% em relação a 2024.

O sucesso dessa última edição, que marcou Kendrick como o primeiro rapper a liderar sozinho a performance do Halftime Show, reforça a força de uma curadoria que acompanha as conversas do momento e valoriza artistas em evidência.

Kendrick Lamar no Apple Music Super Bowl LIX Halftime Show no Caesars Superdome em Nova Orleans | Foto: Bob Kupbens/Icon Sportswire/Getty Images via Rolling Stone
Kendrick Lamar no Apple Music Super Bowl LIX Halftime Show no Caesars Superdome em Nova Orleans | Foto: Bob Kupbens/Icon Sportswire/Getty Images via Rolling Stone

Antes do Super Bowl, Kendrick Lamar já era um dos maiores artistas do mundo, com cinco músicas no top 40 da Billboard Hot 100 da semana passada. No entanto, sua performance explosiva no intervalo do Super Bowl LIX no domingo (9 de fevereiro) foi um grande impulso para seu catálogo nos streamings.

No último ano, o rapper viveu um de seus períodos de maior projeção global, impulsionado pela repercussão de sua rivalidade com Drake e o lançamento de diversas faixas diss, que dominaram o streaming e as redes sociais. 

Entre elas, o grande sucesso “Not Like Us”, que atingiu o 1º lugar na Billboard Hot 100, acumulando mais de 400 milhões de streams no Spotify até o início de 2025 e vencendo o prêmio de Melhor Canção de Rap no Grammy 2025.

@rocnation

“They not like us” NFL.com/SBPerformances @Kendrick Lamar @Serenawilliams @Apple Music Super Bowl LIX Halftime Show @NFL @NFLonFOX @pgLang #SBLIX

♬ original sound – Roc Nation

A faixa se consolidou como um fenômeno cultural, com coreografias e memes virais, além de ter se tornado um hino local nas ruas de Compton.Sua escolha sintetizou o que a Roc Nation tem buscado: artistas que entregam performance, grandes hits e que, acima de tudo, são relevantes no agora.

O case Kendrick Lamar: Impacto nos streams e repercussão digital

A performance de Kendrick Lamar no Apple Music Super Bowl LIX Halftime Show se destacou não apenas pela grandiosidade do espetáculo, mas também pelo impacto imediato nos streams, buscas e engajamento digital. 

Poucas horas após sua apresentação, os números dispararam, segundo dados da Luminate:

➡️ “Not Like Us” teve um aumento de 430% nos streams no Spotify e alcançou o topo do ranking global e 10,4 milhões de streams na segunda-feira seguinte ao evento (10 de fevereiro).

➡️ O engajamento no TikTok explodiu, com a hashtag #NotLikeUs acumulando mais de 1,2 milhão de vídeos em menos de uma semana. 

➡️ No dia 10 de fevereiro, seu catálogo obteve 70,9 milhões de streams oficiais sob demanda nos EUA — um aumento de 153% em relação ao total da segunda-feira anterior (27,5 milhões em 3 de fevereiro).

Alguns dos maiores picos de streams vieram de faixas destacadas no show do intervalo – todas elas, parte do álbum mais recente de Lamar, GNX, que registrou um aumento geral de 141% nas reproduções diárias, alcançando 31 milhões de streams no dia seguinte ao evento. Entre os destaques, ficaram:

🟡 “Squabble Up” (crescimento de 159% em relação à segunda-feira anterior)

🟡 “Luther” (+150%)

🟡 “Peekaboo” (+186%)

🟡 “TV Off” (+139%)

➡️ “HUMBLE.” (+242%), “All the Stars” (+295%) e “DNA” (+207%) também tiveram crescimento expressivo, reforçando o impacto coletivo de seu repertório no evento.

➡️ No ranking do Spotify Global (09/02), Kendrick ficou na 4ª posição, e no dia seguinte à sua performance (10/02), já figurava no topo do ranking.

Spotify charts - date_10_02_2025
Fonte: Spotify Charts

➡️ Sua performance foi a mais assistida no YouTube globalmente no dia seguinte ao Super Bowl, ultrapassando 32 milhões de visualizações em menos de 24 horas

Kendrick Lamar em pôster promocional do Super Bowl 2025 | Reprodução/Apple
Kendrick Lamar em pôster promocional do Super Bowl 2025 | Reprodução/Apple

Além disso, a cantora SZA , que se juntou a Kendrick em duas músicas durante o showcase, viu seus próprios streams dispararem graças à sua primeira aparição no intervalo do Super Bowl.

Seu catálogo ganhou 19,1 milhões de streams; uma semana depois do evento, esse número chegou a 30,3 milhões de streams, um aumento de 58% em relação ao dia seguinte ao grande jogo.

@rollingstonebr

SZA e Kendrick Lamar performam ‘All the Stars’ no Super Bowl. 📽 NFL #kendricklamar #sza #nfl

♬ som original – Rolling Stone Brasil

Diversas pesquisas também emergiram no Google Trends relacionadas ao evento, incluindo:

Aumento de 1.050% nas pesquisas por ‘halftime show reviews’, indicando o alto nível de interesse gerado pelo evento. 

➡️GNX price” foi o modelo de carro mais pesquisado durante o halftime show.

➡️The Revolution Will Not Be Televised” de Gil Scott-Heron teve um aumento expressivo nas buscas após a performance de Kendrick Lamar.

➡️Who is singing with Kendrick Lamar at the Super Bowl?(“Quem está cantando com Kendrick Lamar no Super Bowl?”) e “How much is Kendrick Lamar making for the Super Bowl?” (“Quanto Kendrick Lamar está ganhando pelo Super Bowl?”), estiveram entre as perguntas mais buscadas sobre o artista nos EUA.

A moda ganhou destaque, com roupas e acessórios usados pelo artista gerando grande curiosidade. Dentre os destaques, algumas das buscas que subiram durante o evento foram:

➡️what does Kendrick Lamar’s jacket say” (“o que diz a jaqueta de Kendrick Lamar”)

➡️what shoes was Kendrick Lamar wearing” (“que tênis Kendrick Lamar estava usando”)

➡️ “mens flare jeans” (“calça flare masculina”)

Aliás, o modeloAsics Gel Kayano 20”, usado pelo artista na coletiva do evento, foi o tênis mais pesquisado no momento  da performance.

Kendrick Lamar durante coletiva de imprensa para o Super Bowl 2025 usando o modelo Unaffected x Asics Gel-Kayano 20 | Foto: Divulgação/Apple
Kendrick Lamar durante coletiva de imprensa para o Super Bowl 2025 usando o modelo Unaffected x Asics Gel-Kayano 20 | Foto: Divulgação/Apple

Halftime Show Effect: o Super Bowl como impulsionador de carreiras

Desde a entrada da Roc Nation na gestão do evento, os artistas do Halftime Show têm registrado aumentos significativos no consumo de suas músicas. Alguns exemplos incluem:

Shakira e Jennifer Lopez (2020)

A performance histórica de 2020 teve Shakira e Jennifer Lopez como as primeiras artistas latinas a protagonizarem o Halftime Show, acompanhadas por participações especiais de Bad Bunny e J Balvin.

Shakira e Jennifer Lopez no Pepsi Super Bowl LIV Halftime Show | Divulgação
Shakira e Jennifer Lopez no Pepsi Super Bowl LIV Halftime Show em Miami (FL) | Divulgação

O impacto foi massivo nos streams e nas vendas digitais de todas as músicas associadas ao show. Na semana da apresentação, Shakira registrou um aumento de 267% nos streams, subindo de 9,7 milhões para 35,8 milhões, com pico de 230% no Spotify logo após o show. Entre os maiores destaques em faixas individuais:

➡️ “Empire”: +2135%

➡️ “She Wolf”: +905%

➡️ “Whenever, Wherever”: +705%

➡️ “Hips Don’t Lie”: +430%

A participação do cantor Bad Bunny durante a performance de Shakira gerou um aumento de 23% nos streams do artista.

Shakira e Bad Bunny durante performance no Pepsi Super Bowl LIV Halftime Show no Hard Rock Stadium | Foto: Al Bello/Getty Images via Telemundo
Shakira e Bad Bunny durante performance no Pepsi Super Bowl LIV Halftime Show no Hard Rock Stadium | Foto: Al Bello/Getty Images via Telemundo

Nas vendas digitais, o catálogo de Shakira cresceu 957%, atingindo 13 mil downloads no dia da apresentação. O sucesso se refletiu também nos álbuns: “Oral Fixation Vol. 2” e Laundry Service” voltaram à Billboard 200, nas posições 166 e 200, respectivamente.

Algumas das músicas da artista com maior aumento nas vendas após a performance foram:

➡️ “Whenever, Wherever”: 4 mil vendas (+1264%)

➡️ “Hips Don’t Lie”: 3 mil vendas (+1201%)

➡️ “Waka Waka (This Time for Africa): 2 mil vendas (+1456%)

Já a cantora J.Lo registrou um aumento de 187% nos streams na semana do show, passando de 5,7 milhões para 16,5 milhões, com pico de 335% no Spotify logo após a apresentação. Os destaques nas faixas individuais foram:

➡️ “Get Right”: +735%

➡️ “Waiting for Tonight”: +685%

➡️ “Let’s Get Loud”: +570%

➡️ “Jenny From The Block”: +545%

J Balvin participou da apresentação ao lado de J.Lo e registrou um aumento de 16% em seus streams. Além disso, as vendas digitais do catálogo da artista cresceram 800%, totalizando 8 mil downloads no dia do evento. Seu álbum “Dance Again… The Hits” retornou à Billboard 200, alcançando a posição 61.

Jenifer Lopez e J Balvin durante performance no Super Bowl Halftime 2020 | Divulgação
Jenifer Lopez e J Balvin durante performance no Super Bowl Halftime 2020 | Divulgação

As músicas de Jenifer Lopez mais vendidas após a performance foram:

➡️ “On The Floor”: 2 mil vendas (+1193%)

➡️ “Waiting for Tonight”: 1 mil vendas (+1266%)

➡️ “Let’s Get Loud”: 1 mil vendas (+861%)

Além disso, antes dessa edição do Halftime Show, até mesmo a cantora Demi Lovato, responsável pela interpretação do hino nacional americano, viu um aumento de 31% nos seus streams no Spotify após a performance.

Demi Lovato cantando hino dos EUA no Super Bowl 2020 | Divulgação
Demi Lovato cantando hino dos EUA no Super Bowl 2020 | Divulgação

Dr. Dre, Snoop Dogg, Eminem, Mary J. Blige, Kendrick Lamar (2022)

Apresentação histórica com Dr. Dre como anfitrião, reuniu grandes nomes do hip-hop e R&B: Snoop Dogg, Eminem, Mary J. Blige, Kendrick Lamar, além de 50 Cent e Anderson Paak como convidados. O impacto no consumo de música dos artistas foi imediato e significativo.

Dr. Dre, Kendrick Lamar, Mary J. Blige, Snoop Dogg, Eminem e 50 Cent durante performance no Pepsi Super Bowl LVI Halftime Show no SoFi Stadium em 2022 | Foto: Kevin C. Cox/GI via Billboard
Dr. Dre, Kendrick Lamar, Mary J. Blige, Snoop Dogg, Eminem e 50 Cent durante performance no Pepsi Super Bowl LVI Halftime Show no SoFi Stadium em 2022 | Foto: Kevin C. Cox/GI via Billboard

A performance teve uma média de 103,4 milhões de espectadores na televisão e streaming nos EUA, de acordo com a NBCUniversal, que transmitiu o evento. O jogo em si atraiu 112,3 milhões de espectadores – sua melhor exibição em cinco anos, até aquele momento.

​​Segundo dados da Luminate, entre os destaques individuais:

➡️ Snoop Dogg teve um aumento de 143% em seus streams, passando de 12,4 milhões na semana anterior ao evento para 30,2 milhões na semana da apresentação. O crescimento foi impulsionado também pelo lançamento do álbum BODR (Bacc On Death Row), dois dias antes do show.

➡️ Mary J. Blige registrou crescimento de 132%, saltando de 14,4 milhões para 33,4 milhões de streams na semana do evento. O aumento foi reforçado pelo lançamento do álbum “Good Morning Gorgeous”, também em 11 de fevereiro, dois dias antes da apresentação.

➡️ Dr. Dre teve aumento de 108% em seus streams, subindo de 22,6 milhões para 42,1 milhões na semana do show.

➡️ Eminem apresentou um crescimento de 39%, indo de 70,3 milhões para 97,4 milhões de streams na semana do evento. O álbum “Curtain Call: The Hits saltou 126 posições, alcançando o 8º lugar na Billboard 200, com 31 mil unidades equivalentes, um aumento de 256%.

➡️ Kendrick Lamar registrou alta de 35% em seus streams, passando de 44,4 milhões para 60,1 milhões na semana do Halftime Show.

➡️ Além disso, o álbum de Dr. Dre – “2001”, subiu 108 posições, alcançando o 9º lugar na Billboard 200, com 30 mil unidades equivalentes, um crescimento de 220%. Ambos os discos, de Dre e Eminem, voltaram ao top 10 pela primeira vez desde 1999 e 2006, respectivamente.

Rihanna (2023)

A aguardada performance de Rihanna, marcando seu retorno aos palcos após anos longe dos shows, gerou uma explosão no consumo de seu catálogo.

Rihanna no Apple Music Super Bowl LVII Halftime Show em 2023
Rihanna no Apple Music Super Bowl LVII Halftime Show em 2023

Na semana do evento, seus streams no Spotify cresceram 640% globalmente, e no dia seguinte à apresentação, a artista alcançou o maior pico diário da carreira na plataforma.

Rihanna -- Fonte: Spotify Charts
Fonte: Spotify Charts

Entre as faixas que mais se destacaram:

➡️ “Bitch Better Have My Money”: +2600%

➡️ “Diamonds”: +1400%

➡️ “Rude Boy”: +1170%

➡️ “We Found Love”: +1160%

➡️ “Umbrella”: +1090%

Além disso, “Umbrella” e “Diamonds” voltaram ao top 50 global do Spotify, reafirmando o status de hits atemporais do repertório da artista.

A apresentação também impulsionou sua presença fora das plataformas musicais. A marca Fenty Beauty, promovida de forma sutil durante o show — com Rihanna retocando a maquiagem no palco —, registrou um aumento de 883% nas buscas online após a exibição, consolidando a performance como um case exemplar de integração entre música e estratégia de marca.

Rihanna retocando maquiagem da Fenty Beauty no Apple Music Super Bowl LVII Halftime Show em 2023 | Divulgação
Rihanna retocando maquiagem da Fenty Beauty no Apple Music Super Bowl LVII Halftime Show em 2023 | Divulgação

Usher (2024)

A performance de Usher gerou um aumento expressivo no consumo de sua música e em sua presença digital. Seu catálogo registrou um crescimento de 550% nos streams no Spotify logo após o show. Entre as faixas que mais se destacaram:

➡️ “Caught Up”: +2000%, sendo o maior salto individual após abrir o show com essa faixa.

➡️ “Yeah!”: ganhou destaque no ranking global do Spotify, consolidando-se como o grande hit resgatado pela apresentação.

usher - yeah - Fonte: Spotify Charts
Fonte: Spotify Charts

➡️ “My Boo”: ressurgiu como trend no TikTok, acumulando mais de 500 mil vídeos recriando a coreografia viral, o que impulsionou seu consumo digital em 180%.

Além disso, o número de seguidores de Usher no Instagram aumentou 25% nas 48 horas seguintes à sua performance, evidenciando como a exposição no palco do Halftime Show ampliou seu alcance nas plataformas e reativou seu catálogo junto a novas audiências.

Marcas no Super Bowl: Como grandes players se destacam no jogo do ano através da música

O Super Bowl se consolidou como um evento de imensa relevância cultural e comercial, atraindo muito mais do que somente os fãs de futebol americano, mas também grandes marcas e artistas que buscam maximizar sua visibilidade

A cada ano, marcas investem milhões em comerciais que promovem produtos e ideias com narrativas envolventes – muitas vezes impulsionadas pela música. A trilha sonora certa pode transformar uma campanha em um fenômeno cultural, ampliando seu efeito e garantindo que cada segundo do intervalo mais valioso da TV gere impacto e engajamento.

Essa fusão entre entretenimento e estratégia de marca faz do Super Bowl um laboratório de criatividade e inovação, onde campanhas bem-executadas podem gerar repercussão global. 

Veja a seguir como algumas dessas marcas utilizaram a música de forma estratégica no Apple Music Super Bowl LIX Halftime Show:

Bud Light – “Easy Night Out”

Bud Light, patrocinadora de longa data do Super Bowl, trouxe um comercial divertido e leve que reforça seu posicionamento como a cerveja ideal para momentos de descontração. Em “Easy Night Out”, Shane Gillis, Peyton Manning e Post Malone vivem uma noite que flui perfeitamente, onde tudo acontece da melhor forma possível.

O comercial utiliza a trilha sonora para intensificar a sensação de que, com Bud Light, qualquer saída pode se tornar inesquecível. Post Malone, além de aparecer no filme, dá voz à música tema, garantindo um tom vibrante e envolvente. 

A combinação de humor, uma narrativa bem estruturada e o uso estratégico da música consolidam a identidade do produto como sinônimo de diversão e celebração.

Michelob Ultra – “The Ultra Hustle”

A cerveja de baixa caloria conhecida por associar sua imagem a um estilo de vida equilibrado e ativo, apostou no humor e no espírito competitivo para seu comercial no Super Bowl 2025. No vídeo, Willem Dafoe e Catherine O’Hara interpretam um casal que desafia Sabrina Ionescu e Randy Moss para um jogo de tênis, apostando uma Michelob Ultra.

O que parecia ser um jogo amigável se transforma em uma grande reviravolta, quando Dafoe e O’Hara revelam que são mestres da trapaça esportiva, vencendo facilmente seus oponentes e adicionando mais uma taça ao seu já extenso acervo de troféus.

A música escolhida para dar o tom ao comercial é Hustlin’, de Rick Ross, um hino do hip-hop lançado em 2006, cujo refrão reforça a ideia dos personagens como jogadores experientes e astutos

Assim que a partida começa a virar a favor da dupla veterana, os versos de Ross entram em cena, trazendo um ar de confiança e imponência à jogada.

A combinação entre o ritmo marcante da música e a atuação caricata dos protagonistas cria um contraste divertido entre a competitividade exagerada e o tom leve que a marca quer transmitir.

Pringles – “The Call of The Mustaches”

A famosa marca de batatas chips manteve sua tradição de comerciais irreverentes no intervalo do Super Bowl 2025, um comercial que brinca com o icônico formato da lata e a semelhança do logo da marca com bigodes famosos

Estrelado por Nick Offerman, Adam Brody, James Harden e o técnico Andy Reid, o filme segue uma sequência absurda e divertida em que Brody sopra dentro de uma lata de Pringles, desencadeando uma reação em cadeia onde diversos personagens ganham bigodes instantaneamente.

O grande destaque da campanha está na trilha sonora, uma paródia da icônica música-tema da série Batman dos anos 1960. A escolha musical reforça o tom cômico e exagerado do comercial, mas também cria um senso de nostalgia, conectando a marca a um público que reconhece a melodia de imediato. 

Ritz – “Ritz Salty Club

Ritz, marca icônica de biscoitos e snacks, trouxe um comercial marcado pelo humor e pela quebra de expectativas. Em Ritz Salty Club, Aubrey Plaza e Michael Shannon protagonizam um ambiente onde a regra é manter uma atitude rabugenta. Até que Bad Bunny surge para desafiar esse conceito com sua energia naturalmente descontraída.

A trilha sonora acompanha essa dinâmica de maneira inteligente. No início, a campanha mantém um tom discreto no som de fundo, reforçando o clima do local. Porém, à medida que Bad Bunny aparece e interage com os personagens, a trilha ganha leveza e um groove sutil, trazendo uma atmosfera mais solta e inesperada

A transição sonora acompanha sua presença e destaca o contraste entre a rigidez dos frequentadores do clube e sua personalidade carismática. Assim, a presença do artista adiciona apelo à campanha e visa refletir a conexão da marca com a cultura pop e a música latina. 

Nike – “So Win”

A Nike retornou ao Super Bowl após 27 anos com um tributo às conquistas das atletas femininas e ao impacto transformador do esporte. O comercial destaca a resiliência e determinação dessas mulheres, desafiando estereótipos e inspirando futuras gerações.

O vídeo é narrado pela rapper Doechii, vencedora do Grammy de Melhor Álbum de Rap em 2025, destaque na premiação e na cena musical atual. Sua presença confere uma energia de renovação e autenticidade à mensagem.

Além disso, o uso da música “Immigrant Song” da banda Led Zeppelin intensifica o tom de determinação e poder, complementando as imagens das atletas em ação.

A artista utiliza sua voz para apresentar uma série de nomes de destaque no esporte, incluindo: Jordan Chiles,  ginasta olímpica dos Estados Unidos; Caitlin Clark, atleta de basquete universitário pela Universidade de Iowa; Sabrina Ionescu, atleta da WNBA pelo New York Libert, Sha’Carri Richardson, velocista americana; A’ja Wilson, atleta da WNBA pelo Las Vegas Aces e Sophia Wilson, atleta de futebol.

***

O Super Bowl consolidou o Halftime Show como um dos palcos mais influentes do mundo e redefiniu a forma como marcas e artistas utilizam a música para gerar impacto e se conectar com o público.

O evento se tornou um espaço valioso para expandir audiências, impulsionar catálogos musicais e fortalecer narrativas que permanecem relevantes muito além da transmissão ao vivo.

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