Por muitas vezes, as pessoas nem percebem que estão sendo levadas às compras por adventos psicológicos e sentimentos que apenas fluem, como é o caso da implementação da estratégia de music branding em lojas de varejo.
Desde o início dos tempos, as pessoas gostam de ouvir diferentes ritmos para relaxar ou se energizar, fazendo com que os sentimentos felizes – ou quaisquer outros – tomem conta de uma maneira profunda do corpo e da mente.
As empresas, e principalmente os profissionais que trabalham no setor de marketing, perceberam essa conexão que o áudio e o visual proporcionam sobre os consumidores.
Há uma ciência por trás de tudo isso. Muitos estabelecimentos comerciais têm música tocando para os clientes de forma estratégica, podendo tornar o ambiente até mais confortável. Existem estudos que mostram o efeito positivo que os diferentes ritmos provocam nas pessoas.
Aliás, certas músicas podem incentivar as pessoas a permanecerem dentro de uma loja por mais tempo, resultando em mais compras e, até mesmo, recomendando o estabelecimento comercial para amigos, colegas de trabalho e familiares.
O efeito psicológico da música no ser humano
O cérebro de uma pessoa processa a música na forma de ondas sonoras, que viajam do ouvido externo para o interno e se movem para o tímpano, o que faz com que ele vibre.
Essas ondas viajam até atingir a cóclea e ciliadas minúsculas, conhecidas como cílios. Quando elas percebem a música, liberam neurotransmissores químicos que ativam os nervos auditivos do cérebro.
Diferentes partes do cérebro são responsáveis pelo processamento dos vários componentes da música. Por isso o music branding tem um efeito psicológico sobre o consumidor, quando este está em um ambiente comercial, ou praticando uma ação específica.
O lobo temporal direito interpreta o tom, outro centro processa o timbre, o cerebelo processa o ritmo e os lobos frontais interpretam o conteúdo emocional da música.
Assim, os seres humanos reagem, de forma subconsciente, à música que está ouvindo. Os efeitos influenciam o comportamento no dia a dia, mesmo que esteja tocando em segundo plano.
Por isso o music branding se mostra como uma estratégia poderosa para o setor de varejo, levando em consideração:
• Gênero musical;
• Ritmo;
• Tempo;
• Volume.
Conforme esses componentes se apresentam em um estilo musical devidamente aplicado, eles influenciam psicologicamente o comportamento do consumidor.
Como varejistas usam o music branding
Os varejistas direcionam a estratégia de music branding para determinado grupo demográfico que estão tentando alcançar.
Uma loja voltada para o público jovem aposta em música alta e moderna para ser tocada nos alto-falantes. Enquanto os adolescentes curtem esse tipo de ambiente, por outro lado, os sons tendem a expulsar os pais e mães da loja, que retem o poder financeiro.
Assim, é preciso saber conciliar as estratégias, o público e os ritmos e volumes escolhidos.
Como a música evoca muitos sentimentos, os varejistas precisam aplicar o music branding que fará o consumidor se sentir de uma determinada maneira, de modo que o consumidor não esteja pensando racionalmente se deve adquirir um item.
A música se mostra uma ferramenta competitiva entre os empreendimentos e estabelecimentos comerciais.
Quando acerta o ritmo, ou gênero musical, uma loja pode ter um impacto positivo nas decisões de compra, humor dos clientes, ambiente, imagem da marca e bem-estar dos funcionários.
Músicas de ritmo mais rápido tendem a tirar as pessoas da loja, enquanto as mais lentas tendem a manter as pessoas em um estabelecimento comercial por mais tempo, o que, em teoria, leva a um aumento nas vendas.
Estratégia de atração para o marketing digital
As músicas estão presentes em diversos momentos da vida, e muitas marcas pegam carona em um sucesso comercial por meio de festivais, em que reúnem milhares de pessoas em um mesmo local.
Essa é uma forma de aplicar o Inbound Marketing e relacionar a música com uma experiência positiva de marca, e que podem se estender junto aos consumidores, seja por meio de sites de e-commerce, redes sociais e o bom e velho boca a boca.
Em vez da tática de marketing padrão, é preciso aplicar os pontos principais do marketing de conteúdo:
•Atrair;
• Converter;
• Vender;
• Encantar.
Mesmo que os eventos musicais sejam patrocinados por grandes empresas e com maior recurso financeiro, é possível que varejistas possam utilizar as mesmas táticas para a aplicação do inbound marketing em um espaço mais adequado, inclusive no ambiente digital, tendo um retorno ainda mais otimizado.
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Atraia consumidores com uma experiência
Fazer com que os consumidores realmente interajam com um produto ou serviço em primeira mão é a melhor maneira de se promover, especialmente durante um evento único, época do ano ou durante circunstâncias em que há alta competitividade ou são de difícil acesso.
Isso pode variar desde o fornecimento de um local para aquecer quem está com frio, ou criar uma estação de carregamento de equipamentos eletrônicos.
Promover essas experiências em canais digitais também é necessário, adequando mensagens e até campanhas para uso de músicas estratégicas.
Isso pode se dar diretamente no material promocional, ou mesmo em postagens e trends nas redes sociais, bem como disponibilizar ações específicas para compartilhamento de mensagens por meio das músicas – levando a outros canais.
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Faça a própria produção
Em uma escala maior, varejistas de uma localidade específica podem se reunir e montar um evento local com as marcas, tendo um público-alvo direcionado, mas com produtos e serviços que podem atender a todos, sem provocar uma competição acirrada.
Um lugar onde as pessoas podem se reunir para ouvir música, e que depois será utilizada nos estabelecimentos comerciais como music branding é uma opção.
Além disso, a experiência pode se expandir com a oferta de comida, ou mesmo uma boa causa social, podendo chamar a atenção para as marcas envolvidas, principalmente quando se mostra uma preocupação social e local.
Já a ação digital pode se dar com eventos online ou mesmo compartilhamento da experiência posteriormente, criando ações mais virais sobre os momentos favoritos com o destaque para as músicas mais marcantes, que passam a ser usadas nos materiais de divulgação posteriores.
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Ofereça espaço para divulgação orgânica
Uma maneira que uma empresa pode se promover é mostrar ao consumidor como eles podem usar um produto, quando podem usá-los e por que devem fazer parte desse modelo de consumo.
Tais materiais podem ser desenvolvidos em diferentes formatos, como vídeos, e-books, podcasts e webinars. Em todos os modelos a música pode ser trabalhada, de diferentes formas, como para dar o tom do conteúdo apresentado.
O music branding está associado ao inbound marketing quando um site de negócios, o envio de e-mail, as redes sociais ou mesmo os blogs lembram o quão é importante os consumidores também participarem e divulgarem como foi a experiência e cria ações que vinculam às músicas, como playlist sobre um tema já abordado.
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Associe o music branding a uma campanha
Com todo o poder que a música tem sobre as estratégias de consumo, é necessário associar o music branding a uma campanha maior, que pode reunir o audiovisual.
Pode ser em forma de clipes, ou mesmo em propagandas que podem ir ao ar em programas de TV e rádio, assim como em plataformas digitais de áudio e vídeo, como o Youtube.
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Incentive o viral nas redes sociais
Tendo as redes sociais como uma parte importante dentro do marketing digital, é imprescindível incentivar os consumidores a interagirem e compartilharem. Assim, é preciso avaliar e favorecer que compartilhem as próprias experiências, sendo que as empresas devem proporcionar os motivos para que isso aconteça.
A divulgação de uma música pode ser associada, de uma maneira ou de outra, a um momento feliz, uma experiência marcante, e isso estar ligado à empresa ou marca.
Dessa forma, os varejistas podem utilizar o music branding para que as pessoas tenham uma playlist única voltada para a empresa e, assim, fortalecer o relacionamento entre consumidor e marca.
Uma playlist personalizada
Serviços de streaming de música como o Spotify oferecem novos caminhos interessantes para envolver o público consumidor às ações de music branding.
Além da capacidade de comprar anúncios de áudio e vídeo no serviço, as marcas também podem patrocinar as playlists de propriedade operadas pelas plataformas, aliando a imagem do negócio àquela lista de música.
Outra possibilidade está na empresa que cria as próprias playlists, com músicas devidamente selecionadas, e disponibilizam em uma página da marca, que pode ser acessada por meio de ferramentas digitais personalizadas.
A presença de um QR code dentro de uma loja, com uma playlist que envolva o consumidor de tal maneira que ele queira estender a experiência musical provocada pelo music branding, pode ser a solução ideal para fazer com que a marca se torne inesquecível.
Vale lembrar que as pessoas ouvem música enquanto estão trabalhando, indo e voltando do trabalho, preparando uma refeição, em uma reunião de amigos, malhando, limpando a casa, dentre tantas outras atividades.
Disponibilizar uma playlist baseada em contexto, ou focada em atividades, se mostra uma maneira de oferecer conteúdo de qualidade aos seguidores, enquanto estes se envolvem passivamente durante as tarefas do cotidiano.
Conclusão
A música é uma maneira divertida de expressar as emoções, mas também é uma ferramenta de comando para os varejistas.
Os clientes podem se sentir confiantes, felizes e em um estado positivo fazendo as compras apenas ouvindo as músicas certas.
O uso de ritmo, volume e gênero, combinado com certas seleções de music branding, proporciona aos varejistas o poder de aumentar os hábitos de consumo da maioria dos clientes que interagem com a marca – seja acessando uma loja física ou navegando no e-commerce e perfil em redes sociais.
Com isso, e a escolha das músicas certas, é possível conferir mais personalidade ao negócio e relacionar a marca com determinados sons, fazendo que o cliente lembre da loja ao ouvir certos estilos musicais, por exemplo, ampliando o alcance e as oportunidades de negócio.
Sendo assim, é importante que toda empresa reserve um tempo para observar quais os tipos de música que se encontra ao longo do dia, e quais os tipos de efeitos que elas proporcionam sobre o humor das pessoas e que se relacionam com a marca e os objetivos que se deseja atingir.
A playlist certa pode ser o toque final para que a empresa se direcione rumo ao sucesso.
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