Music branding como carreira: muito além de playlists
Emocionar, estimular e envolver o cliente ou possível consumidor por meio da música é muito mais que criar uma playlist. O profissional que se dispor a trabalhar com music branding tem que separar seu gosto pessoal do “gosto musical” da marca. O primeiro passo é ter amplo conhecimento musical, pesquisando do heavy metal ao lo-fi, além de buscar atualização constante sobre as novidades e paradas de sucesso.
A partir disso, é essencial fazer uma boa análise sobre quem é o cliente e como ele quer ser visto para definir sua identidade musical. Mesmo após o processo de garimpar as músicas adequadas para a estratégia selecionada, você ainda precisa acompanhar o andamento do trabalho por meio de feedbacks para saber se está tendo o impacto desejado ou se é necessário fazer algum ajuste.
Mais complexo do que parece, não é? É que o mundo do marketing está sempre em constante mudança. As marcas precisam acompanhar as novas formas de relacionamento, trabalho e, claro, consumo. Por isso, teóricos e profissionais da área da propaganda e comunicação estão sempre atentos às tendências de comportamento do público e as diferentes maneiras de fazer uma marca alcançar sucesso.
Além de tudo isso, é bom lembrar que o uso da música no marketing não é algo novo. Jingles e trilhas sonoras sempre fizeram parte de propagandas na TV, no rádio e, até mesmo, nos próprios estabelecimentos.
Além dessas porções mais conhecidas, o mercado de music branding também envolve relacionamento com artistas, criação de conteúdo musical (ou relacionado ao tema) para sites e redes sociais, produção de eventos, desenvolvimento de campanhas focadas no segmento e o que mais puder promover a interação entre marcas e pessoas por meio da música.
Mesmo assim, o conceito de music branding é recente e ainda pouco explorado em pesquisas e cursos de graduação. Por isso, nós gostamos de manter o canal de diálogo aberto com os profissionais da área. Quanto mais estudarmos, fizermos testes e trocarmos experiências, mais rico e forte o music branding vai ficar.
4 livros para quem quer aprender e trabalhar com music branding
Aqui está a nossa dica de obras que não podem faltar para se aprofundar no tema music branding aplicado ao mercado de trabalho. Prepare-se para engordar sua prateleira de livros.
Neuromarketing. Descodificando a mente do consumidor (Edições I.P.A.M., 2009)
Nossa primeira sugestão é começar a entender de uma forma mais ampla a relação da mente humana com o consumo. Neste livro, Pedro Camargo reúne informações científicas e pesquisas que explicam o funcionamento dos impulsos e conexões cerebrais. Fazendo uma relação de como isso pode ser utilizado na divulgação e venda de um negócio.
A obra tem um capítulo dedicado somente ao marketing sensorial, do qual o music branding faz parte. Nesse tipo de marketing a visão, audição, olfato, paladar e tato são levados em consideração na hora de criar uma estratégia ou ação de propaganda de uma marca. Nós damos uma atenção especial à audição, é claro.
Sound Branding, o som das marcas (Matrix Editora, 2015)
Como já falamos em outros textos, podemos encontrar diversos termos que equivalem a music branding. Um deles é o sound branding. Neste livro, a autora Zanna Lopes aborda o potencial da voz, o jeito de falar, os ritmos, timbres e instrumentos musicais para definir a personalidade sonora de uma marca.
Ela ainda explora uma outra perspectiva, o sound branding pessoal, enxergando cada indivíduo como uma marca única, com nome, discurso e hábitos próprios. Sendo assim, seria possível utilizar o som na construção da sua imagem pessoal.
Music Branding, qual é o som da sua marca? (Elsevier, 2013)
Aprofundando um pouco mais e chegando ao music branding mesmo, este livro é uma ótima dica, pois é super didático. O produtor musical Guto Guerra pega o leitor pela mão e o conduz por um caminho que passa por conceitos como “o que é o som?” até exemplos práticos de music branding.
Na primeira parte, ele explica em perspectiva científica e cultural do porquê a música ter impacto tão grande na mente humana. Sabendo disso, a segunda parte é dedicada a como usar a potência musical no marketing.
A linguagem é super acessível e, ao longo da obra, vários exemplos são utilizados, inclusive citando cases em que ele atuou, o que facilita a visualização e o entendimento.
Hit Brands: How Music Builds Value for the World’s Smartest Brands (Palgrave Macmillan, 2013)
Nossa última dica é para quem está com o inglês em dia. Neste livro, os autores Eric Sheinkop e Richard Jankovich, pioneiros no music branding, explicam como a música pode ser utilizada em estratégias de marketing, fazendo com que consumidores se envolvam emocionalmente com as marcas.
A obra é um guia prático de como a escolha do som adequado, no momento adequado, pode significar maior lucro e reconhecimento do negócio. Você pode conferir vários exemplos de grandes marcas como Coca-Cola, Sephora, NESCAFÉ e Converse.
Trabalhos acadêmicos que abordam o mercado de music branding
É muito bom colocar um projeto ou ideia em prática, visualizando resultados e aplicando o conhecimento adquirido. Mas é importante destacar o papel das pesquisas acadêmicas para desenvolver conceitos, fazer testes e definir estratégias. Todas as áreas de trabalho se beneficiam, e não é diferente quando falamos desse setor específico dentro das áreas criativas.
Ainda mais ao falar sobre music branding, uma área do marketing sensorial ainda pouco explorada nas universidades e grupos de estudo. Por isso ficamos muito felizes quando estudantes e pesquisadores de Comunicação nos procuram e nos dão a oportunidade de compartilhar a nossa experiência de mercado.
Abaixo, uma série de trabalhos onde tivemos a satisfação em contribuir compartilhando experiências e aprendizados reunidos nestes sete anos.
Music Branding Como Estratégia Sensorial – Análise sobre a efetividade do envolvimento da Insecta Shoes com seus consumidores através do canal de streaming Spotify
Este é o trabalho de conclusão do curso em publicidade e propaganda de Cássia Silva Mendes no Centro Universitário Metodista IPA, realizado em 2017. O seu objeto de estudo foi o case de um cliente do Bananas, a Insecta Shoes. Ela se propôs a analisar se o público se envolvia com a marca por meio das playlists do Spotify.
Foram feitas entrevistas em profundidade com as responsáveis pela marca; com nosso time de curadoria musical e com as consumidoras.
O Music Branding Como Estratégia de Promoção e Ativação de Marcas: As Percepções de Especialistas e Agências de Porto Alegre
A monografia do Vinícius Barcellos da Costa foi feita para finalizar o curso de Comunicação Social com habilitação em Relações Públicas na PUC-RS. Ficamos muito felizes em poder colaborar com um trabalho que reuniu vários especialistas e agências de music branding.
No estudo, ele analisou as estratégias de music branding para ativar e promover marcas, trazendo reflexões interessantes sobre as interfaces entre relações públicas e branding. Além disso, traz entrevistas de profissionais que, assim como a gente, acreditam no poder da música como ferramenta de marketing.
E, por fim, um bônus especial:
Para quem curte conteúdo em vídeo, nós indicamos a série “Music & Branding”, do site Meio & Mensagem, plataforma que é referência em conteúdos e notícias sobre comunicação, marketing e mídia no Brasil.
São quatro episódios curtinhos que mostram diferentes formas em que uma marca pode utilizar a música numa estratégia de aproximação e envolvimento com o público. Os entrevistados variam entre músicos, produtores e profissionais do marketing.
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