Uma tela preenchida por um palco multicolorido e cheio de luzes, onde um showman conversa com o público enquanto mostra diversos produtos disponíveis para compra naquele exato momento.
Você pode pensar que a gente está falando sobre o revival de algum programa de TV brasileiro da década de 1990, mas não – embora possa parecer. A descrição acima, na verdade, mostra um exemplo de ação de live commerce.
Neste texto, você vai aprender mais sobre essa tendência que vem do outro lado do mundo em direção ao Brasil, e como diversas empresas usam música para aumentar as vendas.
O que é o live commerce?
A partir de um olhar atento, as duas palavras do termo live commerce já entregam o tipo de ação que ele designa: a venda de produtos de uma loja por meio das transmissões ao vivo – tendo, preferencialmente, um artista ou influenciador como a pessoa que conduz o “show”.
De acordo com artigo do portal Mercado & Consumo, somente na China, onde o modelo surgiu, foram movimentados cerca de US$ 200 bilhões durante o ano de 2020. Até 2027, as estimativas são de US$ 600 bilhões movimentados em canais de live commerce em todo o mundo.
Na mesma publicação, Elio Silva, diretor-executivo de uma das maiores marcas de varejo de moda do Brasil, afirma que o live commerce deve chegar para ser uma febre no país. Seguindo esta tendência, a empresa onde atua deve investir em “um trabalho de lives quase que diárias. E também, a partir de algumas de nossas lojas, fazer lives temáticas”.
Algumas das vantagens deste novo modelo:
Contato direto
Além do entretenimento, o live commerce permite que os clientes online interajam em tempo real com a marca, seja para solucionar dúvidas, saber mais sobre produtos e formas de compra, ou ainda fazer sugestões, elogios e reclamações.
Diferenciação de marca
No cenário online, são poucos os diferenciais de compra entre um site e outro – isso quando uma marca e seus produtos não estão em um marketplace, onde as diferentes características entre os concorrentes são praticamente eliminadas. E as marcas começaram a perceber que se destacar passou a ser fundamental.
Criação de conteúdo
O que se vê na evolução do comércio nas redes sociais nos últimos anos vai ao encontro, exatamente, da constatação do tópico anterior. Alcançam o sucesso aquelas marcas que conseguem se diferenciar pela comunicação autêntica, com a criação de conteúdo proprietário, e o gerenciamento de suas comunidades – que envolvem desde o cliente eventual, até defensores e haters.
Captação de dados
Mudanças na legislação sobre a geração de dados sobre navegação e comportamento na internet de usuários por meio de cookies estão ocorrendo no Brasil e no mundo. Esse movimento seguirá ainda mais restritivo nos próximos anos, exigindo consentimento explícito de usuários e canais próprios de captação e armazenamento de dados, por exemplo.
Nesse contexto, as transmissões ao vivo devem se tornar as ferramentas mais amigáveis para a obtenção de informações sobre os consumidores em qualquer etapa do funil de vendas de uma marca.
Plataforma de compra sem atritos
Conforme aborda artigo no portal Exame, a experiência do live commerce deve ser pensada para que toda a interação e processo de compra aconteçam no mesmo ambiente, eliminando atritos do início ao fim do processo.
“Isso significa que consumidores acompanham a live, escolhem seus produtos e podem finalizar o pedido em um único lugar, sem a necessidade de sessões simultâneas ou de interrupção na experiência”, explica Gabriel Reginatto, co-fundador da plataforma white-label de live commerce Alive.
E onde entra a música nisso tudo?
As ações de live commerce podem ser protagonizadas por influenciadores, apresentadores e até mesmo pessoas diretamente ligadas a uma marca, como o proprietário, seus embaixadores – aquelas pessoas que representam os valores e o espírito de uma marca para o público externo – ou mesmo vendedores.
Mas é quando artistas, em especial os músicos, entram em ações do tipo que o live commerce pode chegar aos maiores níveis de engajamento e resultados.
A música desperta emoções, cria conexão e pode transformar um momento comum em uma lembrança duradoura. Com isso, estratétigas que utilizam música para aumentar as vendas são potencialmente povitivas.
Conexão
A música certa, no momento certo, ajuda a marca a criar conexão com o seu cliente, saindo da associação mais superficial. Se isso for proporcionado por um artista com forte ligação com o seu público, esse enlace é ainda mais certeiro.
A pessoa talvez não entenda exatamente o porquê ou onde essa ligação começou, mas a sente.
Lembrança de marca
Aquela música que foi trilha de um bom momento, quando volta a tocar, faz você relembrar a casa da família, do papo com os amigos ou o que você guarda de especial?
Com uma curadoria afinada, a marca pode permanecer na memória das pessoas. Produtos, serviços, ou ainda uma experiência oferecida aos clientes quando acompanhadas de uma trilha sonora adequada tendem a ativar emoções e permanecer na memória por muito mais tempo.
Marketing sensorial
O aroma especial de um produto – ou de um estabelecimento. A trilha sonora certa para o momento de compra. Essas são ferramentas do marketing sensorial, que também pode ser entendido como uma camada do uso da música em projetos de live commerce.
Ao contrário do marketing tradicional, que valoriza a racionalidade dos argumentos, o marketing sensorial, ou também marketing dos sentidos, trabalha com o lado afetivo, os sentimentos e memória do consumidor, segundo o livro “Neuromarketing – Descodificando a mente do consumidor” (Edições IPAM, 2009), do professor Pedro Camargo.
Por meio dos cinco sentidos, nosso cérebro recebe informações, depois interpreta e organiza as sensações, gerando um significado. Estimulando a audição, por exemplo, é possível acessar lembranças, despertar sentimentos e criar memórias que aumentam as chances de conexão com a ideia que está sendo vendida.
Ter uma apresentação musical exclusiva durante uma sessão de live commerce se encaixa diretamente nisso. O envolvimento sensorial e emocional com as canções e o artista conquistam a atenção dos clientes. Além disso, a inserção da marca no cotidiano do consumidor se torna mais natural e menos invasiva.
Music branding: estratégia e música para aumentar as vendas
A música pode estar no ambiente de compra e nos celulares das pessoas, mas a sua encarnação mais autêntica com certeza é em eventos presenciais. Seja em apresentações ao vivo ou mesmo uma discotecagem pensada exatamente para uma ocasião, todo o potencial de engajamento e emoção que essa arte proporciona se mostra.
Planejar, produzir e executar lives musicais é uma forma de utilização do music branding. O conceito nada mais é que uma das estratégias de marketing sensorial para traduzir em experiência as associações e atributos presentes na identidade da marca por meio da música.
Aqui no Bananas, além da criação de playlists, radio indoor e outras ações que tornam a música parte do processo de venda, temos experiência na elaboração e execução de eventos musicais.
Já realizamos, por exemplo, a direção artística do evento “E se essa rua fosse minha?”, onde a Youcom levou música, moda e gastronomia para ruas do centro de São Paulo. O Bananas foi o responsável direto pela curadoria e contratação das bandas e dos DJs que se apresentaram.
Ações de live commerce que já foram feitas no Brasil
O modelo de live commerce – também chamado de shopstreaming – tem se consolidado na China nos últimos anos. Apesar disso, o Brasil já conta com iniciativas do gênero desde 2019, com um número crescente de marcas, eventos e resultados.
Black das Blacks Magalu
Foto: Divulgação
A primeira grande ação de live commerce realizada no país aconteceu em 2019, quando a Magalu realizou a primeira edição do evento Black das Blacks, um show ao vivo de duas horas com grandes nomes da música, entre outros artistas: Ludmilla, Pabllo Vittar, Léo Santana, Simone & Simaria.
Desde então, o evento tem novas edições – sempre na virada da quinta-feira que antecede a Black Friday brasileira. O conteúdo pode ser acompanhado pelo público em diferentes plataformas.
Riachuelo + Simone & Simaria
Simone e Simaria. Foto: Divulgação
A Riachuelo foi uma das principais parceiras das lives de grandes artistas da música sertaneja, como Luan Santana, Marília Mendonça e Gusttavo Lima, desde a explosão desse formato de show, em decorrência da pandemia, em 2020.
A partir dessa experiência, a marca resolveu criar o seu próprio show ao vivo de live commerce – inclusive, batizado de Live Commerce.
Apresentando ofertas e oferecendo muito entretenimento, em especial para o público feminino, a marca realizou evento online com a dupla Simone & Simaria. A ação teve, ainda, dicas de beleza com influenciadoras e conteúdos exclusivos nas redes sociais e no site da Riachuelo.
YOUCOM + Carol & Vitória
Carol e Vitoria. Foto: Divulgação
A Youcom, parceira do Bananas, começou a realizar shopstreamings em 2021. Em outubro, a marca de moda jovem realizou um live commerce especial, contando com show exclusivo do duo pop Carol & Vitória.
Elas cantaram hits como Eu Tô Gostando De Um Menino Aí, entre outras músicas, mostraram seus looks preferidos e ainda disponibilizaram um cupom exclusivo para o público que acompanhava a transmissão.
Antes, a marca garantiu todo o estilo do clipe da música Voa Comigo, da dupla. Todos os looks do vídeo são assinados pela Youcom, e estão disponíveis em uma lista especial das cantoras no site.
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Agora que você tá sabendo sobre a importância cada vez maior do live commerce e como a música – por meio do music branding – pode impactar positivamente em ações desse tipo, chama a gente aqui no site ou nas nossas redes sociais se tiver qualquer dúvida.
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